terça-feira, 2 de agosto de 2011

Madrugada.

Copo, cubos de gelo e um tanto de álcool. Whisky ou vodka? Tanto faz... O importante mesmo era beber até adormecer as dores.  Fiquei ali sentada, não sei quanto tempo olhando para os cubos de gelo amontoados e no fundo do copo um pouco de decepção. Tenho a vaga impressão de  que quis fugir daquela desolação, mas fiquei. Sem envolvimento, sem fuga. Continuei ali parada, acho que baixei a cabeça, não lembro... O que lembro muito bem é que o meu coração se refugiou no primeiro espaço vago que encontrou.
O corpo exausto, o pensamento cansado, meu raciocínio pedindo demissão e a insônia me fazendo de vítima mais uma noite. As horas que passavam parecia não passar ... Uma madrugada reticente, agoniante. Tentei disfarçar a insônia fazendo cara de sono, mas meus olhos insistiam em me manter acordada. Obedeci ... ouvi músicas, ouvi grilos, conversei com o espelho, vi pessoas conversando na rua. Lembrei de um tempo. Estava ali, sentada na janela, com os cotovelos nos joelhos e o queixo apoiado nas mãos. Aquela lua, agressivamente me convidava para ser sua expectadora. Fiquei parada a noite toda olhando toda a noite passar. Viajei no espaço sideral sem o menor cálculo de volta. Tudo ao acaso. As estrelas começaram a se apagar uma por uma ... E quando a lua deu bom-dia ao sol, dezena de passarinhos vieram até minha janela cochichar seus sonhos. Só então, depois de sonhar acordada, fui dormir sonhando..


:* @aimeebarreto.

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